Hoje escreverei sobre sorte. Os mais pragmáticos falam que sorte se resume a junção entre competência e oportunidade, dizem que não é interessante nós deixarmos que ela direcione nossa vida; outros atribuem as condições que se encontram a fenômenos que fogem ao nosso controle, associadas a merecimento ou fatores aparentemente casuais.
Simpatizo com esses pragmáticos ai, mas acredito que tudo não se resume a isso. Penso que pessoa céticas, como eu, tendem a serem observadoras. Pois bem, vejo que há acontecimentos bons, ocorridos comigo, que independem do preparo e da oportunidade e são frequentes, situações que fogem de curso que natural.
Chego a pensar que a diferença de quem tem sorte para quem não tem consiste apenas nisso: observação. Que a todo momento e repetidamente coisas boas e acontecem conosco, mas apenas algumas pessoas tem a capacidade de enxergar. Essa percepção é uma característica incomum, pois hoje recebemos tantos estímulos que fica difícil estarmos atentos a “detalhes” de menor importância. Também é mais confortável, diante dessas “pequenas dádivas”, acreditarmos que somos especiais, que por algum motivo inexplicável estamos recebendo algum tipo de “benção”.
Enfim, acredito no preparo e na oportunidade juntas para resultar em sorte, mas também creio que há algo além disso. Não sei explicar e nem sou obrigado a saber de tudo… e quanto isso, estou conformado com a minha sapiência humana limitada – esse é um bom tema para o próximo texto.