
O “Freud explica”, aliás, é aquela frasezinha que usamos quando não conseguimos explicar coisa nenhuma… Por exemplo: se você está sempre repetindo situações de vida, ele, o Dr. Freud, diria que é uma repetição ligada à relação com seus pais. É seu inconsciente lhe levando a reviver situações. São suas pulsões (entenda desejos) controlando sua vida.
Se por outro lado, você se reprime abafando um desejo, é o seu superego. É o seu juiz guardadinho no inconsciente, fazendo você abster-se de viver o desejado. E por aí vai.
Dessa reflexão nascida na conversa com meu querido amigo, me peguei pensando o que o Dr. Freud ainda explica e também se eu quero que ele explique… Então resolvi descomplicar porquê nenhuma teoria vai explicar amores, afinidades, ódios, rancores, ciúmes e tantos outros sentimentos humanos vividos diuturnamente.
Dr. Freud, com todo respeito que lhe tenho como pai de uma das mais bonitas profissões que conheço, prefiro que não explique nadinha! Nada que diga vai me convencer do que acontece quando duas pessoas se aproximam num maravilhoso encontro existencial. Nada que esteja em seus livros vai ser maior que a vontade de alguém mudar seu próprio destino e dar uma reviravolta na vida se assim resolver. E não há repressão que contenha de fato a pulsão nos dias atuais.
As pessoas não são simples marionetes de histórias passadas. São atores num palco em constante mutação e que nos dias atuais se transmutam enquanto a cena transcorre.
Então, Dr. Freud, permaneço descomplicadamente amando a complexidade do ser humano; sentindo meu corpo e coração vibrarem com sentimentos, sorrisos e abraços; me permitindo cantar alto e misturar lágrimas com sorrisos. Vou vestir uma roupa inusitada, se assim desejar. Vou apreciar situações e amigos diferentes e entender o amor nas suas várias facetas, inclusive aquelas chamadas de amizades, entre diferentes ou iguais.
Para terminar, desejo a todos que Eros sempre seja maior que Thanatos. Que a pulsão de vida, que ouso chamar de força do amor, prepondere, pois como dizia Cora Coralina “… nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas”.